Amparo nos jornais

23/4/1862 – Correio Paulistano – “no Amparo há casas muito importantes, fazendeiros muito ricos”

27/3/1870 – Diário de São Paulo – Amparo, “um dos municípios mais florescentes e de mais esperanças do sul da Província” – debate na Assembleia.

24/5/1862 –Correio Paulistano– “a população de Amparo é de origem campineira e tem escassas relações com Bragança”

17/1/1871 – Correio Paulistano – Amparo – Linha postal particular – descrição elogiosa do município.

15/9/1871 – Correio Paulistano – “americanismo puro” – os yanques de Amparo.

5/5/1872 – Diário de São Paulo – debate – migração de campineiros.

27/12/1878 – O Estado de São Paulo – Colégio Franco-Brasileiro em Amparo.

15/10/1879 – A Constituinte (órgão liberal) – “Lemos na Epocha, do Amparo: “estação suspendeu recebimento de café;  todos os compartimentos estavam lotados”.

 

Adventícios e visitantes importantes

E passaram por Amparo e participaram de alguma forma da História da cidade:

Eduardo Gomes –revolucionário de1922, um dos “dezoito do Forte de Copacabana”, bombardeou a cidade e travou combate com aviões paulistas sobre Amparo, no qual levou a pior. Depois visitou Amparo e se apaixonou pela cidade, voltando várias vezes.

Eurico Gaspar Dutra – coronel comandante da guarnição de Pouso Alegre, liderou as tropas federais que conquistaram Amparo em 1932. Foi promovido a general nessa  ocasião. Depois foi eleito presidente da República em 1945.

Juarez Távora – revolucionário de 1924, comandante do front mineiro em 1932, esteve em

Amparo depois que a cidade foi ocupada pelas tropas federais.

Benjamin Vargas – irmão do presidente Vargas, comandava uma milícia de “provisórios”

gaúchos, que participou da tomada de Amparo.

Jânio Quadros – governador de S. Paulo, teve a candidatura lançada por Antônio Andreta e

Adib Feres Sad. Foi presidente da República, renunciando ao mandato em 1961.

Medeiros e Albuquerque – Esse poeta e jornalista andou por aqui no final do século XIX.  “Segue hoje para o Amparo em viagem de recreio o estimável moço e distinto literato Sr. Medeiros e Albuquerque” (OESP- 12/4/1890). Funcionário público, jornalista, professor, político, contista, poeta, orador, romancista, teatrólogo, ensaísta e memorialista”. além de futuro presidente da Academia Brasileira de Letras.  É um dos nossos primeiros turistas…   O que terá vindo fazer no Amparo? Terá escrito alguma coisa sobre nossa cidade?   Uma longa carta sua é publicada depois, em 1896, na qual informa que estava chegando do Amparo, onde fora visitar “pessoa da família”. Quem seria esse parente?  (OESP – 14/10/1896)

Waldemar Levy Cardoso – Tenente do 4 º Regimento de Artilharia Montada de Itú, envolvido na rebelião de 1924, estava homiziado em Amparo, numa fazenda. Em fevereiro de 1925, atendendo a um chamado de outros antigos revolucionários, dirigiu-se a São Paulo, onde se hospedou numa pensão na Rua São Joaquim. Ali foram denunciados e presos pela Polícia ele e vários dos revolucionários (A Noite/RJ- 3/2/1925).  Reintegrado às forças armadas pela Revolução de 1930 acabou a carreira no posto de marechal.

Ruy Barbosa – terá vindo a Amparo? Lembro-me de vagas notícias da minha infância de que ele teria se hospedado na Fazenda Morro Alto. A informação que confirma ou desmente essa notícia, está provavelmente guardada na nossa Casa da Cultura, ainda fechada aos pesquisadores. Apelo ao prefeito Luís Oscar que a reabra com urgência, para que possamos enriquecer este trabalho

É claro que o nosso visitante mais ilustre foi o imperador D. Pedro II, o único chefe de Estado que esteve em Amparo. Veio em 1878, em visita oficial, recheada de obscuridades e incidentes, inclusive o hasteamento de uma bandeira republicana pelo boticário Assis Prado.  O Imperador se hospedou no palacete construído nos tempos da Capela Curada por Francisco da Silveira Franco, que hoje é sede da Cúria Diocesana. Depois visitou a Fazenda Salto Grande, que estava sendo palco de uma experiência de colonização europeia.  Apesar de ter sido hospedado pelos futuros Barão de Campinas e Visconde de Indaiatuba, e de ter havido intensos preparativos para sua recepção, as atas de nossa Câmara não mencionam essa visita, a mais importante da História de Amparo.

Também esteve no Amparo, enquanto era vice-presidente da República, João Goulart, cuja visita também deu margem a alguns incidentes curiosos, sendo barrada sua entrada na Câmara Municipal.

Também estiveram aqui, em propaganda política, ou em visitas oficiais, o Conde d’Eu, o Visconde do Rio Branco, Ulissses Guimarães, Adhemar de Barros, Albuquerque Lins, Washington Luís, Orestes Quércia, Lucas Garcez, Hugo Borghi, o governador do Rio de Janeiro Carlos Lacerda, o ministro da Justiça Prado Kelly, o governador de Sergipe Seixas Dória, e dezenas de outras personalidades políticas.  Um dos visitantes, o governador do Espírito Santo, Muniz Freire, aqui se casou e deu em 1899 o nome da esposa, a amparense Colatina Arruda, a uma nova cidade daquele Estado. E aqui esteve na inauguração do Fórum Laudo de Camargo o bravo jurista Sobral Pinto, o mais corajoso advogado do Brasil.

Entretanto, o visitante mais curioso, o mais interessante, por incrível que pareça, foi um jovem pirata inglês, Anthony Knivet, membro da tripulação de Cavendish, aprisionado por Salvador Correia de Sá no final do século XVI.  Emprestado como escravo a uma bandeira que se internou no sul de Minas, Knivet fugiu numa jangada, descendo um afluente do rio Piracicaba. O Piracicaba só tem dois afluentes nascidos em Minas, o Camanducaia e o Jaguari; portanto, forçosamente, Knivet atravessou terras amparenses.  Acabou recapturado em Foz do Iguaçu e levado para o Rio de Janeiro, de onde fugiu para a Inglaterra. Lá escreveu um livro contando suas aventuras, no qual menciona uma aldeia de índios nas margens do afluente do Piracicaba.

Comments are closed.